Katerina permaneceu por vários minutos sozinha em seu escritório, deixando-se cair na cadeira como se o peso de toda aquela interação tivesse drenado sua energia. À beira do assento de couro, parecia uma estátua quebrada, prestes a se partir. O único som na sala era o clac-clac de seu salto alto batendo ritmicamente no chão — um gesto inconsciente, prova inequívoca de que a ansiedade se espalhava dentro dela como um veneno amargo e silencioso. No vidro escuro da mesa à sua frente, o reflexo parecia pertencer a outra mulher: cabelos loiros perfeitamente penteados, maquiagem ainda impecável... Mas os olhos. Só os olhos revelavam a tempestade que se formava em seu interior.
“Você não vai chorar” disse a si mesma, apertando os maxilares até doerem. “Você não pode chorar... nem por ela, ne