Paixão abaixo de zero
Paixão abaixo de zero
Por: Luciola Mattos
1. Alaska

Eu não poderia vir no meio da temporada de caça porque isso atrapalharia minhas notas na faculdade, o que era prioridade para meus pais. Eu não me importo muito, não estou fazendo um curso que me interessa, menos ainda vai ser a profissão que seguirei.

Meu negócio é viajar pelo mundo, conhecer pessoas, cidades, culturas. Turismo era meu sonho... Segundo meus pais, turismo nem deveria ser um curso de faculdade. De qualquer forma fico feliz que minhas viagens nunca foram problema desde que mantivesse boas notas, e isso, eu fazia questão de ter.

Um mês de frio extremo, experiência com caça e sobrevivência. Segundo Ana eu deveria ser proibida de ver canais como Discory.

"Garotas de vinte anos querem ir às Ilhas Gregas, a Paris, a Disney que seja! Não ao Alasca. O que vai encontrar lá além de frio e animais selvagens?" - foi o que minha melhor amiga e pior apoiadora disse.

Não que me importasse com a opinião dela ou da qualquer outra pessoa. Minha nova morada seria um pequeno hotel de caça, que segundo a atente estaria vazio a não ser pelo dono e alguns funcionários que ficariam para manter o lugar talvez durante uma semana.

Com malas cheias de calças, meias, casacos, gorros e cachecóis eu entrei no avião cheia de expectativas e planos. Uma viagem longa e cansativa, foram dez horas até Nova York, lá eu tomei um banho comi e dormi uma noite em um pequeno hotel perto do aeroporto. Na manhã seguinte mais seis horas e meia e finalmente meu paraíso gelado.

Eu sabia que aqui era frio... Mas acho que é exageradamente frio. Congelante eu diria, uma imensidão branca e gelada, realmente maravilhosa.

Depois de quase duas horas de viagem finalmente eu consigo chegar no hotel. Para minha surpresa o lugar é lindo. Todo feito em madeira.

É quente e confortável por dentro. Tudo muito arrumado e limpo, acho que poeira também não seria um problema aqui.

_Senhorita Mansur? - uma senhora de incríveis olhos verdes pergunta assim que me vê.

_Sim! - Sorrio animada.

_Você é tão jovem e bonita! O que veio fazer nesse fim mundo? - pergunta me analisando sem deixar de sorrir.

_Vim conhecer esse paraíso gelado. - respondo com divertimento.

_Você é corajosa criança, esperava que não fosse vir. Essa época do ano não temos hóspedes, nem funcionários. Todos já foram para suas casas só ficamos eu e o senhor Cooper. - ela sorri sem graça olhando a minha mala.

_Não se preocupe senhora Ross, eu vim para ser mais uma de vocês. Quero caçar e cozinhar, cortar toras para lenha e fazer o que for preciso. Quero ter uma experiência de imersão no modo vida "Alaska" de ser. - volto a sorrir simpática - Onde devo colocar minha mala?

A senhora simpática me olha com um certo pavor. Ela está confusa e um pouco nervosa eu acho. Seus olhos seguem para o fundos do lugar e voltam para mim.

_Tudo bem, me diga qual dos quartos. - falo compreendendo seu impasse. A senhora segue até um pequeno balcão na ante sala e vem até mim.

_Por aqui.

Agradeço a gentil senhora e a sigo enquanto carrego minha mala. O quarto é grande e confortável, tem um pequeno aquecedor e uma grande janela com cortinas claras. É realmente muito bonito.

_É lindo! - digo.

Ela sorri parecendo satisfeita.

_O quarto do senhor Cooper é esse ao lado do seu... Bom pelo menos enquanto eu estiver aqui. - ela sorri um pouco sem graça. - Jammes não costuma ficar no hotel, ele prefere a cabana, mas como a senhorita...

_Por favor me chame Luana, nada de senhorita. - assim que abraço a senhora um homem com barba e cabelos loiros para na porta.

Ele olha para cena com curiosidade, seus olhos azuis são quase cinza, a expressão séria e a barba o fazem parecer mau. É sexy.

_Boa tarde. - ele diz e que voz grossa!

_Boa tarde Jammes, essa é a senhorita Mansur. - a senhora Ross diz, seus olhos permanecem em mim, ele não sorri. - Ela ficará nesse quarto.

_Seja bem vinda senhorita Mansur. - pode estar frio lá fora mas aqui nesse lugar sinto um calor capaz de me fazer derreter.

_Luana. Pode me chamar de Luana. - estendendo a mão sendo completamente ignorada.

_Senhorita Mansur - ele é frio - espero que goste de sua estadia aqui, é bastante incomum pessoas buscarem lugares como esse nessa época do ano.

Ele não me chamou pelo nome, não fez questão de pegar na minha mão e não sorriu. Com um aceno ele simplesmente saiu.

_Ele é muito sério... - resmungo.

_Jammes é um bom homem. - a senhora Ross se limita a dizer e se afasta.

_Ok... - povo estranho.

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