Ela é uma aventureira, se joga em qualquer situação que possa lhe dar um pouco de adrenalina, se entrega a paixão com facilidade. Ele não quer saber de adrenalina menos ainda de paixão. Seu negócio é administrar o hotel de caça que seu pai deixou, uma vida solitária no em meio ao deserto gelado. Mesmo depois de cinco no exército sua maior batalha era resistir a mulher que veio como uma promessa devastadora.
Ler maisEu não poderia vir no meio da temporada de caça porque isso atrapalharia minhas notas na faculdade, o que era prioridade para meus pais. Eu não me importo muito, não estou fazendo um curso que me interessa, menos ainda vai ser a profissão que seguirei.
Meu negócio é viajar pelo mundo, conhecer pessoas, cidades, culturas. Turismo era meu sonho... Segundo meus pais, turismo nem deveria ser um curso de faculdade. De qualquer forma fico feliz que minhas viagens nunca foram problema desde que mantivesse boas notas, e isso, eu fazia questão de ter.
Um mês de frio extremo, experiência com caça e sobrevivência. Segundo Ana eu deveria ser proibida de ver canais como Discory.
"Garotas de vinte anos querem ir às Ilhas Gregas, a Paris, a Disney que seja! Não ao Alasca. O que vai encontrar lá além de frio e animais selvagens?" - foi o que minha melhor amiga e pior apoiadora disse.
Não que me importasse com a opinião dela ou da qualquer outra pessoa. Minha nova morada seria um pequeno hotel de caça, que segundo a atente estaria vazio a não ser pelo dono e alguns funcionários que ficariam para manter o lugar talvez durante uma semana.
Com malas cheias de calças, meias, casacos, gorros e cachecóis eu entrei no avião cheia de expectativas e planos. Uma viagem longa e cansativa, foram dez horas até Nova York, lá eu tomei um banho comi e dormi uma noite em um pequeno hotel perto do aeroporto. Na manhã seguinte mais seis horas e meia e finalmente meu paraíso gelado.
Eu sabia que aqui era frio... Mas acho que é exageradamente frio. Congelante eu diria, uma imensidão branca e gelada, realmente maravilhosa.
Depois de quase duas horas de viagem finalmente eu consigo chegar no hotel. Para minha surpresa o lugar é lindo. Todo feito em madeira.

_Senhorita Mansur? - uma senhora de incríveis olhos verdes pergunta assim que me vê.
_Sim! - Sorrio animada.
_Você é tão jovem e bonita! O que veio fazer nesse fim mundo? - pergunta me analisando sem deixar de sorrir.
_Vim conhecer esse paraíso gelado. - respondo com divertimento.
_Você é corajosa criança, esperava que não fosse vir. Essa época do ano não temos hóspedes, nem funcionários. Todos já foram para suas casas só ficamos eu e o senhor Cooper. - ela sorri sem graça olhando a minha mala.
_Não se preocupe senhora Ross, eu vim para ser mais uma de vocês. Quero caçar e cozinhar, cortar toras para lenha e fazer o que for preciso. Quero ter uma experiência de imersão no modo vida "Alaska" de ser. - volto a sorrir simpática - Onde devo colocar minha mala?
A senhora simpática me olha com um certo pavor. Ela está confusa e um pouco nervosa eu acho. Seus olhos seguem para o fundos do lugar e voltam para mim.
_Tudo bem, me diga qual dos quartos. - falo compreendendo seu impasse. A senhora segue até um pequeno balcão na ante sala e vem até mim.
_Por aqui.
Agradeço a gentil senhora e a sigo enquanto carrego minha mala. O quarto é grande e confortável, tem um pequeno aquecedor e uma grande janela com cortinas claras. É realmente muito bonito.
_É lindo! - digo.
Ela sorri parecendo satisfeita.
_O quarto do senhor Cooper é esse ao lado do seu... Bom pelo menos enquanto eu estiver aqui. - ela sorri um pouco sem graça. - Jammes não costuma ficar no hotel, ele prefere a cabana, mas como a senhorita...
_Por favor me chame Luana, nada de senhorita. - assim que abraço a senhora um homem com barba e cabelos loiros para na porta.
Ele olha para cena com curiosidade, seus olhos azuis são quase cinza, a expressão séria e a barba o fazem parecer mau. É sexy.
_Boa tarde. - ele diz e que voz grossa!
_Boa tarde Jammes, essa é a senhorita Mansur. - a senhora Ross diz, seus olhos permanecem em mim, ele não sorri. - Ela ficará nesse quarto.
_Seja bem vinda senhorita Mansur. - pode estar frio lá fora mas aqui nesse lugar sinto um calor capaz de me fazer derreter.
_Luana. Pode me chamar de Luana. - estendendo a mão sendo completamente ignorada.
_Senhorita Mansur - ele é frio - espero que goste de sua estadia aqui, é bastante incomum pessoas buscarem lugares como esse nessa época do ano.
Ele não me chamou pelo nome, não fez questão de pegar na minha mão e não sorriu. Com um aceno ele simplesmente saiu.
_Ele é muito sério... - resmungo.
_Jammes é um bom homem. - a senhora Ross se limita a dizer e se afasta.
_Ok... - povo estranho.
JammesO mais engraçado de tudo é que eu nunca pensei que viveria isso. Pensei quenão precisaria de outra família... Meus se pais se foram, minha noiva me traiu, meu filho ou filha foram tirados de mim. Não me restava mais nada.Então uma garota maluca e atirada, dona de um corpo lindo e personalidade forte apareceu no meu hotel. O espírito aventureiro ao mesmo tempo em que parecia frágil. Doce e educada, alegre e livre.A mistura perfeita para mexer com a minha cabeça. Como se não fosse o suficiente ela cismou comigo. Me desejou e eu a ela. Um passo em falso e lá estava eu, de pneus arriados.A vida é engraçada. Alguns dizem que ela é uma cadela, talvez seja. Mas olhando para tudo que tenho, olhando para minha família, meus filhos correndo pela sala ainda vazia do apartamento que compramos em frente ao Central Parque, a vida me parece perfeita.Passamos momentos difíceis
Jammes estava agindo como louco. Gritando sem parar ordens para todos. Seu rosto vermelho indicava um nível alto de estresse. Eu estava tranquila comendo meu cheesecake de mirtilo e não ia levantar até terminar de comer. Meu marido estava conseguindo colocar até a Nana nervosa!_Você está se sentindo bem? - ele pergunta mais uma vez nesse mesmo minuto. Não me dou o trabalho de responder porque ele está agitado e nervoso. Some pelas escadas da cabana atrás de Harold e meu pai.Acabo de comer e sorrio satisfeita.Penso em tomar um banho primeiro mas decido que outro banho seria péssima ideia já que posso começar a sentir as contrações logo, logo. Subo as escadas até o quarto para trocar roupa._Você precisa ajuda princesa? Está se sentindo bem? - tenho vontade de rir do desespero do meu marido. Sei que ele está nervoso. Ansioso pela chegada de nossa princesa._Eu estou bem meu amor. - seguro o seu rosto entre minhas mãos e olho em seus o
Eu estava casada a quase dois meses. De férias e sem a menor vontade de voltar a estudar. Estava disposta a colocar as cartas na mesa e convencer Jammes de que eu não precisava voltar para a faculdade. Pelo menos não a que estava antes.Tinha feito a lição de casa e pesquisado sobre a faculdade local e os cursos oferecidos. Um deles me encheu os olhos, não tínhamos condições de pagar pelo curso e por isso liguei para meu pai que incrivelmente concordou comigo e com meus pontos sobre as dificuldades e valores de um curso em outro país quando eu estava aqui.Então era hora de mudar..._Não gosto quando me olha desse jeito... Está com cara de quem vai aprontar e eu não vou gostar... - Jammes reclama.Eu tinha pedido que ele viesse até nossa casa, hora de colocar as cartas na mesa, apesar de estarmos sentados na nossa cama._Eu não quero mais fazer a faculdade. Eu já tranquei o curso. - mentira eu
Acho que um caminhão passou por cima de mim e tenho certeza que ninguém anotou a placa. Estou com muito sono e cansada. Mesmo com a ajuda da minha mãe que veio ficar comigo durante os quarenta dias do resguardo, eu tenho dificuldade em conciliar os cuidados com o bebê e os estudos.Já perdi a conta de quantas vezes chorei de nervoso por me sentir tão cansada e mesmo assim não consigo terminar nunca. Quero desesperadamente desistir das aulas, eu não consigo. Já admiti isso a mim mesma.Acabei dormindo outra vez enquanto tentava estudar._Conseguiu estudar princesa? - Jammes pergunta depois de trazer o vento frio para dentro de nossa casa ao abrir a porta e me ver._Eu não aguento mais! Não aguento amor... - reclamo querendo chorar outra vez._Luanna... Já falamos sobre isso princesa. - ele diz meio desconfortável. - Se está tão cansada, concordo que talvez seja melhor parar por um tempo. Até que
Meu coração está batendo forte desde que as contratações começaram. Eu não consigo ir até o hotel principalmente andando. Tenho certeza que se eu sair dessa cabana vou ter esse bebê no meio do caminho. Já tentei ligar para Jammes e para Nana também.Respiro fundo me preparando para outra contração que está vindo a cada dez minutos. Esse bebê deveria chegar só na semana que vem. _Oh, merda! - trinco os dentes e ajoelho no chão outra vez. - Vou enlouquecer, tenho certeza que vou! Onde está seu pai!?A dor passa, mas a tremedeira não. Acho que vou ganhar esse bebê sozinha dentro dessa cabana. Onde Jammes está!? Ele está demorando a voltar..._Certo, eu posso fazer isso sozinha. Vamos fazer isso juntos bebê. - Tento conversar com a minha barriga que obviamente não responde. - Harold, bebê colabora com mamãe.Tiro minha roupa e entro na banheira com água morna depois de aumentar o
Jammes CooperLuanna dormia embolada no edredom, era manhã e o outono já dava sinais de inverno, depois do acidente não falamos mais sobre casamento. Esse é um desejo meu, formar uma família, Luanna está comigo há muito pouco tempo e talvez seja loucura pedi-la em casamento, porém se eu não me casar com a mãe do meu filho, a mulher que amo e desejo, que tem dividido comigo a cama e até mesmo a admistração do hotel, com quem me casaria?Eu sei que pode dar muito errado no futuro. A última mulher que desejei me casar me traiu da pior e mais dolorida forma, Luanna pelo menos está me dando a maior de todas as minhas felicidades, está realizando o meu maior e mais antigo sonho.A jovem deitada na minha cama, remendou os meus cacos que foram espalhados pelo chão, me faz sorrir e me irrita na mesma proporção, somos muito diferentes e é exatamente isso que faz tudo entre nós parecer certo.
Último capítulo