ORION DOMINUS.
A esperança é mais letal que o ódio.
Uma parte de mim e uma parte dela, entrelaçadas de forma permanente e inegável.
Algo que seria apenas nosso.
Algo que ninguém — nem mesmo a memória de Victor — poderia tocar ou reivindicar.
E eu posicionado ao lado dela.
Não como obrigação.
Mas como escolha.
Como pai.
Como marido de verdade.
Como o homem que ela escolheu — ou, pelo menos, o homem que ela eventualmente decidiu aceitar.
A imagem é tão vívida que quase posso tocá-la.
Posso ver o quarto banhado em luz dourada da manhã.
Posso ver Anya sentada na cama, segurando um bebê nos braços.
Posso me ver inclinado sobre ambos, protegendo, cuidando.
Posso ver algo que se parece perigosamente com… felicidade.
Verdadeira felicidade.
Não o vazio que carreguei durante anos.
Não a raiva e o ressentimento que me consumiram.
Mas algo genuíno e bom.
Algo que nunca realmente tive.
E não sei o que me incomoda mais profundamente: a visão em si ou o fato inegáve