ORION DOMINUS.
A honra ergue espadas; a dor insiste em rastejar.
Sinto a taça de prata ranger perigosamente na minha mão com o aperto.
— Alteza? — Um dos soldados mais jovens se aproxima com cautela evidente, meio hesitante. — O senhor está bem? Parece… perturbado.
— Traga mais vinho — ordeno secamente, sem me dar ao trabalho de responder à pergunta invasiva.
Ele se apressa em me servir, aliviado por ter uma tarefa clara.
A mulher acomodada no meu colo acaricia lentamente a barra aparada da minha barba com dedos experientes.
— Está pensativo demais para uma noite de festa, meu príncipe — ela sussurra sedutoramente no meu ouvido. — Uma noite como essa simplesmente não foi feita para pensar em coisas pesadas. Foi feita para prazer e esquecimento.
Uma ideia começa gradualmente a se formar na minha mente nebulosa pelo álcool. Torta, amarga, potencialmente cruel, mas estranhamente... satisfatória. Quase deliciosa em sua perversidade.
Se ela quer me ignorar olimpicamente, se quer se esconde