Capítulo 112
Melissa caminhava até a casa do pai com o coração apertado, um turbilhão de pensamentos esmagando qualquer calma que tentasse manter. Dominic cuidava tão bem das crianças… mas e se soubesse que o próprio pai havia batido nela? Sentiria pena? Raiva? Ou simplesmente ignoraria, já que fora Jorge? Ela não podia correr riscos. Não podia deixar que ele soubesse de nada.
Respirou fundo diante da porta e entrou.
O sorriso afiado de Amélia foi a primeira lâmina. Ela se encostava à parede, copo na mão, olhos faiscando.
— Olha só quem voltou! — provocou, alto o suficiente para Sônia erguer os olhos do sofá.
_Onde você foi?
Melissa conteve a respiração, sentindo as mãos tremerem por dentro. A voz saiu firme:
_Fui Buscar umas coisas das crianças.
Amélia riu, zombeteira. — Coisas? Que coisas? Orgulho? Dignidade? — apontou a frase como um estilhaço.
Sônia, do sofá, balançou a cabeça devagar:
— Não perca tempo com ela, filha. Agora pior que antes. Não vale nada ao lado dessas Crianças.