Havia dias que não via Ethan nem Sarah. Os dois me haviam abandonado, sumido do mapa. Talvez Ethan tivesse escutado meu conselho, aquele conselho precipitado, e agora, finalmente, ele e Sarah estivessem juntos. A ideia me atingiu como um soco no estômago, mas um soco lento, que ia se espalhando aos poucos por todo o meu corpo.
Caminhei até a geladeira, um espaço vazio e gélido que espelhava a solidão que me consumia. Meu vinho, meu único companheiro nas noites solitárias, tinha acabado. Um vazio que ecoava o vazio dentro de mim.
Vesti a primeira roupa que encontrei, passei uma camada generosa de maquiagem para disfarçar a tristeza que me deixava com os olhos inchados e a pele pálida. Era uma máscara, uma armadura frágil contra o mundo. Fui até o mercado, a necessidade de preencher o vazio físico se sobrepondo à dor emocional. Enchi o carrinho de garrafas, um gesto desesperado, uma tentativa de aplacar a sede que me consumia.
No caixa, enquanto esperava para pagar, o destino, cruel