ALFA KARIM
Ela me desafiava. Cada vez que abria a boca, confrontava-me sem recuar um milímetro. O brilho castanho-avelã de seus olhos não revelava sombra alguma de medo; ao contrário, refletia uma confiança tão sólida que, por vezes, eu ficava sem palavras.
Jamais fora afrontado daquela maneira, nem por homens, nem por lobos, nem pelos próprios guerreiros. O que havia de errado com aquela mulher? Fingindo observar o treinamento, percebi a mente vagar inquieta, pois tudo o que ela dissera ecoava com irritante nitidez. Como descobrira tanto?
O ciúme consumia-me desde o instante em que despertei e soube de tudo o que fizera pelo Bando. Quase explodi de raiva ao ouvir que derrotara MOLART, e até mesmo um ancião declarara que eu lhe devia a vida.
Disparate completo. Era apenas uma Ômega, a única sobrevivente, é verdade. Eu podia negar todo o resto, mas não sua beleza. Foi a primeira coisa que reparei nela, e, embora detestasse admitir, era singular. Nunca vira alguém com cabelos brancos e o