LAIKA
Gemendo, me movi. Minha cabeça latejava, e todo o meu corpo doía. Abri os olhos, mas a visão embaçada não me deixava enxergar direito. Percebi uma silhueta se mover e tentei sentar, mas uma dor lancinante percorreu cada fibra do meu corpo, fazendo-me gemer e recostar. Não estava sobre pele alguma — o chão duro não deixava outra dúvida. Onde estaria Karim?
Assim que esse pensamento se formou, um cheiro familiar invadiu minhas narinas, aguçando todos os meus sentidos. Pisquei várias vezes, tentando clarear a visão, e de repente as memórias retornaram com força total. Fui sequestrada, e aquele aroma não pertencia a mais ninguém além de Khalid. Em um estalo, meus olhos se ajustaram, e lá estava ele, parado no canto, de costas para mim.
Tentei me erguer, mas mãos e pernas me mantinham amarrada. O pânico me dominou quando as lembranças das torturas anteriores vieram à tona. Não suportaria mais uma vez. Um suor gelado escorreu pelo meu rosto enquanto eu fitava suas costas largas.
— Laik