LAIKA
— Estenda a mão. — Ordenou Karim, aproximando-se com passos firmes. — Afaste as pernas.
Ele posicionou-se às minhas costas.
— Estou pronta. — Respondi, rouca de expectativa.
— Agora, respire fundo e concentre-se naquilo que deseja controlar.
Obedeci. Inspirei profundamente, abri os olhos e encarei a pequena muralha de troncos empilhados diante de mim. Karim pedira que eu os arremessasse numa direção específica. Fechei os olhos, canalizei a energia e lancei-os — só que eles voaram direto em direção a ele.
Karim se esquivou e bradou:
— Pare!
Soltei a magia de imediato.
— Desculpa! Não foi por querer!
— Laika, foque. Você ainda se distrai, embora já esteja melhor do que na época de iniciante.
Suspirei, deixando os ombros cederem. Como podíamos agir como se nada estivesse prestes a explodir? Karim ardia em conflito, mas mascarava isso com maestria. Eu, porém, não conseguia afastar a preocupação pelo destino do seu povo amanhã. Ele fingia indiferença, mas eu via a corrosão silenciosa