Eliza
Londres amanheceu linda naquela semana, mas dentro do meu duplex, tudo tinha uma luz diferente. Era a luz que vinha dos três berços alinhados no meu quarto de hóspedes convertido em nursery, e da minha neta, renascendo ali, pouco a pouco.
Thomaz.
Aubrey.
Edward.
Três nomes que preenchi com a minha caligrafia nos novos quadros da parede. Três vidas que agora preenchiam cada canto da casa.
Eu não planejei ser guardiã de ninguém aos setenta anos, mas quando peguei Thomaz no colo pela primeira vez… algo em mim se realinhou. Uma promessa nasceu. Eles eram meus bisnetos, mas eram também meus meninos. E eu cuidaria deles como cuidei da mãe de Antonella quando ela era apenas um bebê.
Os primeiros dias foram uma mistura de euforia e exaustão. Antonella ainda estava frágil, com a recuperação lenta por causa da cesárea e da pressão que subia e descia como fogo teimoso. Eu pedia que ela descansasse. Ela dizia que estava bem. Nunca esteve tão longe da verdade.
Uma madrugada, acordei com o ch