Antonella
As 48 horas mais longas da minha vida começaram naquele segundo em que saí da clínica. Quarenta e oito horas. Como se alguém tivesse decidido brincar com meu destino pedindo para eu esperar sentada pela resposta que podia virar meu mundo de cabeça para baixo de novo.
Eu tentei seguir a rotina. Trabalhei, revisei documentos, visitei a filial de Covent Garden, conversei com funcionários. Mas, por mais que tentasse me concentrar, sempre havia um momento em que minha mente fugia para o mesmo lugar:
— “Mais de um batimento.”
Durante a noite, eu quase não dormi. A cada movimento que sentia na barriga, e provavelmente era só ansiedade, eu prendia o ar. E se fosse mesmo mais de um? Como eu… como eu criaria mais de um bebê sozinha? Como meu corpo lidaria com isso? Como minha mente suportaria tudo?
No segundo dia, antes de dormir, me vi olhando para a janela. Londres estava iluminada, viva, cheia de gente que ia e voltava das suas vidas normais. E eu me sentia suspensa. Presa entre du