— Foi lá que conheci Rarim — ela disse, olhando para Ágata. — Uma jovem de olhar afiado e cabelos negros, com uma cicatriz no peito. Nos tornamos amigas. Cúmplices na sobrevivência, como ela dizia. Ela me ensinou a me camuflar, a não ser notada.
“Sorria menos. Fale baixo. Nunca olhe nos olhos deles.”
Aprendi em pouco tempo. A prática leva à perfeição, afinal.
Quando conheci ela, pensei que talvez no mundo ainda houvesse bondade.
Lúcio, o vampiro responsável por designar tarefas, me disse que eu era fraca, magra e inútil para seus propósitos. Nem meu sangue os interessava. Mas me manteriam viva para servir, para limpar, para obedecer. E, principalmente, para servir Lúcio — que amava me ouvir chorar.
— Como assim, servir Lúcio? — Kael perguntou, encarando a janela, usando o último resquício de sanidade para não pensar besteira.
— Vampiros usam veneno de Lâmia para nos fazer reviver pesadelos. Mas eles criavam esses pesadelos. Chicotes, ferro quente, quarto escuro com cobras e