No instante em que ia virar a página de seu livro, ouve-se o som da porta do quarto se abrindo. Dela, aparece Dante com o olhar mais perdido que Abel já vira em toda a sua vida. O mesmo havia saído a uma hora atrás para respirar fundo do lado de fora da casa, mas, ao entrar de repente no recinto, Abelardo ficou com uma sensação estranha.
– Dante? Oi cara... Está tudo bem?
– Tudo...
Abel se endireita na cama, ficando sentado e vendo como o amigo parecia desorientado e retraído. A princípio pensou que ele estivesse apenas cansado, mas era evidente que ele continuava com a mesma distância de antes. Por instinto, ele se levanta e vai se aproximando do ruivo, querendo ver se eles estava bem mesmo.
– Está tudo bem mesmo? Não aconteceu nada, não é?
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