Rosa…Enquanto terminávamos a refeição, Ashton perguntou, com um tom descontraído:— Você pensou na minha sugestão de corrermos juntos?Empurrei meu prato para trás e limpei a boca.— Não, para ser sincera, realmente não.Seus olhos encontraram os meus, e um sorriso se alargou em seu semblante.— Ok, acho que te encontro no parque no sábado. Um sorriso tímido se formou em meus lábios.— Tudo bem, mas então eu te oferecerei um café da manhã depois, e você não terá o que dizer. Ashton murmurou baixinho por um instante, acenando em concordância.— Tudo bem, acho que fica por sua conta então.— Ótimo. E, pra ficar claro, não espere um restaurante chique. Ele não conteve uma risada.— Você realmente não gosta desses lugares cinco estrelas, né? — Perguntou, assim que cessou o riso.— Não, acho que é um desperdício de dinheiro. Existem muitos lugares por aí mais acessíveis que servem uma boa comida. Seu sorriso se alargou enquanto ele acrescentava:— Tudo bem, confio em você.Não pude evi
Rosa…Chegamos ao escritório e eu fui direto para o meu, enquanto ele me brindava com um beijo rápido antes de eu sair do elevador, o que me arrancou um sorriso nervoso; afinal, como explicaria a eles o que acontecera no almoço? Certamente viriam questionamentos a fio.Ao adentrar o escritório, deparei-me com os outros três, que já se encontravam ali, e seus olhares se encheram de escárnio assim que me viram.— Como foi o almoço? — Indagou Max.— Foi bom. Conversamos, na maior parte, sobre trabalho. — Respondi, cruzando os dedos numa tentativa desesperada de dissimulação. Espero que vocês não descubram que estou mentindo; não quero que pensem que fui seduzir nosso chefe.— Deve ter sido ótimo, porque você não está mais com batom nos lábios. — Comentou Brigitta, erguendo as sobrancelhas com um sorriso malicioso.— Sim, devo ter limpado o batom quando enxuguei a boca após comer. — Defendi-me.— Pode continuar nos dizendo essas coisas, mas saiba que, mais cedo ou mais tarde, vamos descobr
Rosa…Eu me encaminhava para o parque onde Ashton e eu havíamos combinado de nos encontrar. Aquele dia representava nosso primeiro treino de corrida em conjunto e, apesar de Ashton ter me lembrado, na noite anterior, ao término do meu turno, de que eu deveria chegar pontualmente, confesso que não esperei ser levado tão a sério; para ser sincera, ainda me surpreendia o fato de ele realmente ter se comprometido com aquela ideia. Talvez tudo não passasse de uma provocação, como a que ocorrera no restaurante outro dia – desde então, ele sequer havia tentado me beijar novamente. De um lado, sentia um certo alívio por continuar casada; de outro, uma vontade quase desesperada me consumia, quase a ponto de eu gritar de desejo. Ansiava, de maneira intensa, sentir novamente o gosto de seus lábios, mas logo me recordava que ele era meu chefe e que eu era casada – jamais desejava ser rotulada de forma desonrosa, especialmente considerando que Armando certamente alegaria que fui eu quem o traiu.N
Ashton…Eu jamais havia conhecido alguém como Rosa; seu nome parecia feito sob medida para ela, pois, a cada rubor, comparava-se a uma rosa em plena floração, e eu me via irremediavelmente hipnotizado pelas bochechas rosadas que se delineavam em seu rosto. Mesmo quando ela tentava discretamente desviar o olhar, revelando uma timidez encantadora, eu não conseguia deixar de observá-la com fascínio absoluto.Enquanto corríamos lado a lado, eu a contemplava com meticulosa atenção, admirando o conjunto que ela vestia, o qual lhe caía de forma irrepreensível. A blusa preta de manga comprida, que realçava com mestria as curvas de seus seios, despertava em mim o desejo de vê-la sempre trajando roupas justas, pois enalteciam sua beleza de maneira singular; já a calça de jogging branca acentuava seu traseiro – a parte de seu corpo por mim mais venerada, logo após os seios – e, quando o calor de nossa corrida se intensificava, notei com espanto que aquela peça, de modo sugestivo, se mostrava tran
Ashton…Rosa permaneceu ali, pacientemente, aguardando que eu me levantasse; e, com lentidão, ergui-me, fechando os olhos por um instante antes de abri-los novamente. Quando ela lançou o olhar para baixo, seu rosto se ruborizou ao notar o motivo da minha demora.Não pude deixar de sorrir para ela.— Desculpe. Acho que é isso que correr com você faz comigo.Ela ficou com a boca entreaberta, encarando-me atônita.— Como assim, culpa minha? — Perguntou, com as mãos apoiadas na cintura.Deixei escapar uma risadinha e balancei a cabeça.— Você é ingênua demais para o seu próprio bem. Nem se dá conta da atração que desperta no sexo oposto.— Eu não sou.Ficamos nos encarando e, antes que eu pudesse conter o que transbordava em mim, desabei:— Eu gosto de você, Rosa. Tenho uma atração tão intensa que não consigo controlar.Os olhos de Rosa se arregalaram enquanto eu tentava prosseguir com hesitação:— Eu, hum...Ela lutava para articular alguma resposta, fixando o olhar no chão; eu sabia, naq
Rosa…Naquele domingo, eu havia decidido passar um dia tranquilo em casa, mas minha paz foi interrompida quando Brigitta apareceu sem avisar.— Onde você estava ontem de manhã? Passei aqui duas vezes pela sua casa. — Perguntou ela.— Eu fui correr. Ela arqueou a sobrancelha e indagou: — E por que você estava corada ao falar disso?Meu coração disparou. Puta, será que eu realmente precisei ficar assim? Agora ela certamente iria querer saber todos os detalhes do que aconteceu.— Preciso te contar uma coisa, mas, primeiro, você tem que me prometer que não vai contar nada para mais ninguém até que eu decida. — Declarei, falando sério, pois não queria revelar a ninguém o que tinha acontecido no parque ontem com Ashton. Eu ainda estava confusa com tudo aquilo.— Prometo que não vou contar pra ninguém. Agora, conta tudo. Relatei a Brigitta o que havia ocorrido durante a nossa corrida, e não pude evitar o rubor que se espalhava pelas minhas bochechas ao mencionar que ele teve uma ereção dura
Ashton…Eu mal podia esperar para vê-la novamente. Cheguei ao escritório mais cedo, nutrindo a esperança de encontrá-la já presente, pois, desde sábado, meus pensamentos não cessavam de vagar por ela. Eu ansiava por sua proximidade. Dirigi-me pelo prédio onde ela morava diversas vezes, ciente de que aquilo já perturbava o equilíbrio de minha mente.Ao adentrar o prédio, Stacey apressou-se até mim e entregou-me alguns documentos.— Senhor Black, aqui estão os documentos que o senhor precisará para a reunião desta tarde.— Obrigado, Stacey. — Respondi, acenando enquanto recolhia os papéis, mesmo sentindo certo desconforto em chamá-la pelo sobrenome, que me soava estranho.— Sem problemas, senhor. Avise-me se precisar de algo mais.Apenas acenei, pressionando o botão que me levaria ao último andar, desejando, em silêncio, que ela não me seguisse.Quase sofri um ataque cardíaco ao adentrar o escritório dela. Rosa encontrava-se agachada, proporcionando-me a vista perfeita de seu traseiro. A
Rosa…Que diabos há de errado com essa máquina? Apertei o botão novamente, mas nada acontecia. Em um acesso de irritação, dei um chute na copiadora e gemi:— Porra, você pode funcionar logo?— Acho que precisamos trocar a tinta. — Disse Ashton, por trás de mim, fazendo-me girar.— O quê? Mas a Brigitta trocou o cartucho na sexta-feira de manhã. Como é possível que ele já esteja acabado?Ashton deu uma risadinha e balançou a cabeça. Antes que eu pudesse reagir, ele pegou meu rosto com as mãos; mordi discretamente o lábio inferior enquanto fitava seus belos olhos azuis. Seu polegar deslizou suavemente, afastando meu lábio dos dentes, e, num sussurro carregado de insinuação, jurou:— Se você fizer isso de novo, eu vou te beijar até você ficar sem sentidos.Fiquei sem saber como responder ao que acabara de ouvir. Queria que ele me beijasse novamente, mas o receio – sobretudo por estarmos no escritório – me impediu de falar. Em vez disso, desviei o olhar, consciente de que, se continuasse