Camille
O meu rosto estava começando a doer.
Meus lábios pareciam presos em uma posição ensaiada, uma máscara de cortesia que estava usando enquanto tentava me manter envolvida nas conversas que pareciam não ter fim. Cada palavra parecia flutuar no ar, desprovida de sentido.
As risadas exageradas, as histórias entediantes e a incessante movimentação dos garçons com bandejas impecáveis apenas reforçavam o quanto eu não pertencia ali.
Javier, por outro lado, parecia completamente em casa. Ele estava sentado do outro lado da mesa, conversando com dois homens mais velhos que riam como se cada palavra dele fosse uma revelação divina, prestando atenção em cada palavra que saia de sua boca.
Suas respectivas esposas estavam perto, devorando os canapés e discutindo algo que envolvia viagens e joias, completamente alheias à minha presença. Tentei me concentrar, captar algum fragmento interessante das conversas, mas tudo parecia uma língua estrangeira.
Suspirei discretamente e deslizei os dedo