Camille
2 meses depois
A rotina no convento era estranha, mas, ao mesmo tempo, simples e quase confortante.
Não havia mais caos, nem o som incessante de passos rápidos nos corredores, nem o som de tiros e explosões. Era o tipo de silêncio que sufocava, mas que, de algum modo, me permitia respirar. A cada dia, eu me levantava cedo, logo ao amanhecer, e seguia o ritmo das freiras.
A vida no convento se resumia a uma sucessão de tarefas diárias: orações, cuidados com as crianças, arrumação e limpeza. Nada além disso. Era uma vida sem surpresas, sem interrupções. Uma vida que não me lembrava mais quem eu era antes de ser arrancada de tudo o que amava.
Eu tentava me acostumar à ideia de estar ali, de viver com elas, entre as paredes frias do convento, como se isso fosse a minha realidade agora. Mas havia algo que nunca saía de minha mente. O vazio dentro de mim, um vazio profundo que crescia a cada dia, se espalhando por minha alma, me consumindo. O silêncio do convento me deixava com muit