Camille
Uma BMW estava parada diante de mim, reluzindo sob o sol. Eu segurava as chaves com firmeza, como se fossem a única coisa que me conectava ao momento. Javier realmente permitira que eu saísse de casa, sem seguranças, sem motorista, sem ninguém me seguindo.
Apenas eu e o mundo lá fora. Era surreal.
Tinha me acostumado tanto à rotina sufocante dentro da propriedade, às ordens silenciosas e à constante vigilância, que a ideia de estar sozinha parecia um sonho distante. Ou talvez um pesadelo.
Respirei fundo, sentindo o peso da liberdade nas mãos. Poderia ir onde quisesse, fazer o que quisesse, mas estava paralisada. Meu olhar alternava entre o carro e a entrada da casa.
Eu realmente devia ir? E se fosse uma armadilha? E se algo acontecesse enquanto estivesse fora? A proteção de Javier, embora sufocante, tinha seu conforto.
Depois de alguns minutos perdida nesses pensamentos, me forcei a agir. Apertei o botão que destrancava o carro, o som familiar me puxando de volta à realidade.