Camille
Me sentia grogue, como se estivesse sob o efeito de um remédio potente, e talvez estivesse, já que estava em um hospital e não fazia ideia do porquê.
Minha cabeça girava em círculos confusos enquanto eu tentava juntar as peças do que havia acontecido. As lembranças eram fragmentadas — a dor aguda na barriga, Carmen me segurando com firmeza, e, de repente, os corredores brancos e frios de um hospital.
Na minha cabeça, as dores e o sangue só poderiam ter uma explicação: minha menstruação. Às vezes, minha TPM era tão ruim que eu mal conseguia ficar de pé, e talvez aquele fosse apenas um episódio extremo. Mas então, por que Carmen me arrastaria para um hospital por algo tão comum? Isso não fazia sentido.
Meus olhos vagavam pelo cômodo. O quarto era pequeno, iluminado pela luz suave que escapava pelas cortinas mal fechadas. O cheiro característico de hospital — uma mistura de produtos de limpeza e algo metálico — parecia impregnar o ar. O bip rítmico de aparelhos ao meu redor preen