Coisas de Casal

-Essa é uma sala segura?- `Perguntei olhando bem ao redor.

-Sim, pode ficar tranquilo.- Ela respondeu com calma me olhando curiosa.

-Eu nunca fico tranquilo, é um pesadelo.- Confessei.

-Sinto muito, deve ser horrível viver em estado de alerta.- Ela disse entendendo meu lado e eu até me senti um pouco confortado por isso confessando o que estava em minha mente.

-É cansativo o tempo todo desconfiar de tudo, prestar atenção em tudo, ter sempre uma saída estratégica em mente… mas ok, faz parte. Eu só quero agradecer por me preservar mesmo em meio à pessoas que você confia cegamente.

-Eu não tenho o direito de interferir na sua vida, aliás, vamos esquecer o que houve hoje entre nós, eu agi sem pensar, ambos não estamos disponíveis nesse momento de nossa vida e com todos os segredos e mistérios que te envolvem, seria loucura pensar em nós dois como algo a mais além do contrato.

-Eu concordo, também agi sem pensar, baixei a guarda, isso não vai mais acontecer, até porque eu amo Emily e você é muito diferente dela.- Falei como quem vomita as palavras, talvez por ressentimento de ela estar se afastando, eu não conseguia ocmpreender meus próprios sentimentos.

-O que quer dizer? Acha que eu tinha alguma expectativa romântica com você?- Ela rebateu ofendida.

-Pareceu bem interessada.- Respondi achando graça da reação dela.

-Fisicamente e mais nada, não sou adolescente Kevin, sou uma mulher com necessidades físicas e você pareceu interessado em supri-las sem esperar que eu me apaixonasse, mas seu ego é muito grande para isso não é mesmo? Já imaginou que eu morreria de amores.- Ela estava realmente ofendida agora mas não recuei.

-Pode ser que no começo não, mas te garanto que não seria só uma noite, você ia querer repetir assim como eu ia, e com o passar do tempo, sim, ia se apaixonar…como você disse, você é mulher.- Falei sendo um idiota, eu sei... mas ela provocava isso em mim.

-E você voltou a ser exatamente o homem estúpido e preconceituoso que era no início da noite, nao sei como pude sequer pensar na possibilidade de estar com você essa noite.- Ela confessou me deixando bem curioso e um tanto afetado por suas palavras.

-Então você pensou? - Eu disse me aproximando por trás e falando perto de seu ouvido- Fala pra mim.

Patrícia sentiu um arrepio lhe percorrer o corpo, mas pareceu que não queria deixar eu dar as cartas naquele jogo... Então se virou, ficou na ponta dos pés, chegou com seus lábios bem perto do meu ouvido para que eu sentisse sua respiração e então respondeu:

-Não - E simplesmente saiu da sala sem olhar pra trás, eu a procurei por toda parte da mansão antes de ir embora mas não a encontrei, mais tarde eu soube que ela se divertiu vendo pelas câmeras eu maluco atrás dela pedindo inclusive que meus homens fizessem uma busca.

Na manhã seguinte cheguei cedo na mansão para falar com Patrícia antes da coletiva, os funcionários me levaram até o espaço onde Patrícia estava, era uma sala de dança. Patrícia gostava de tirar um tempo para dançar quando estava em um momento de grande tensão, pois isso a relaxava.

Quando cheguei na sala ela estava ligando a música. Então decidi não interromper, mas fiquei observando. Ela nem percebeu e começou a dançar. Ver a intensidade com que Patrícia dançava me fez perceber o quanto tudo a estava incomodando, o quanto parecia pesado, eu tive vontade de escondê-la, se pudesse a tiraria do meio desse furacão mas eu sabia que não poderia impedir a chuva de perguntas que estava por vir, nem os problemas que surgiriam dessa suposta união entre nós dois. Ambos eramos pessoas públicas, ambos tinhamos herdado fortunas, e tínhamos empresas com interesses comerciais que poderiam muito bem ser questionados agora que para todo efeito estavamos juntos.

Patrícia foi suavizando seus movimentos e passou a dançar de forma mais fluida, como se estivesse se sentindo mais leve, para mim era como se ela pudesse voar, fiquei admirando encantado e senti uma sensação muito diferente, nada que tivesse sentido antes, nem mesmo por Emily, era como se naquele momento só existissemos nós dois…pela primeira vez na vida eu senti vontade de dançar e comecei a caminhar em direção à Patrícia, que estava de olhos fechados no meio de um giro, quando ela percebeu, eu estava em sua frente e segurando em sua cintura, ela parou por alguns segundos recuperando o fôlego, então segurou a minha mão girando por baixo de meu braço e parando de costas, encostando a cabeça em meu peito enquanto segurava a minha mão à sua frente. Instintivamente a ergui do chão e girei com ela, soltando-a em seguida e me afastando.

-Eu não sou o Vinicius.- Falei sem saber porque estava dizendo aquilo... provavelmente por saber que eles dançavam juntos. 

-Com certeza não é, mas porque está dizendo isso?- Ela perguntou confusa quenado quebrei todo aquele clima.

-Eu não danço. - Respondi seco.

-Mas estava indo bem, e foi você quem se aproximou. - Ela falou na defensiva.

-Sim eu… eu só queria falar com você, acabei me envolvendo com o momento. - Respondi sem graça.

-A dança faz isso mesmo, mas não entendi você falar do Vinicius. - Patrícia falou enquanto pegava sua garrafa de água.

-Eu sei que vocês dançavam juntos.- Respondi.

-Eu dançava com o Hector também e você não se comparou com ele. - Ela falou ainda me olhando intrigada.

-Isso era dança profissional, é diferente.- Respondi, mas nem eu mesmo estava me entendendo naquele momento.

-E com o Vinicius? - Ela continuou perguntando.

-Era romântico.- Respondi.

-E você achou que nossa dança agora foi romântica?- Ela conteve um sorriso.

-Eu não disse isso… É… só quis dizer…- Me atrapalhei com as palavras por causa do olhar intenso dela.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP