Verônica
Acordei com uma dor latejante na cabeça, como se um martelo estivesse batendo repetidamente contra uma bigorna dentro do meu crânio. Tentei abrir os olhos, mas a luz do sol que entrava pela janela era tão forte que parecia que alguém estava me esfaqueando nos olhos.
— Finalmente acordou, hein?!
A voz vinha de muito perto. Eu sabia quem era antes mesmo de abrir os olhos. Era a única pessoa que poderia ter aquela voz suave e sarcástica ao mesmo tempo. Minha prima.
Forcei-me a abrir os olhos apenas para encontrá-la sentada na beirada da minha cama, olhando para mim com uma expressão preocupada. Ela parecia ter envelhecido dez anos da noite para o dia. Ou talvez fosse apenas a luz do sol que fazia suas feições parecerem tão duras.
— Cadu sofreu um acidente de moto ontem, e está internado. — Ela disse de uma vez.
Fiquei impactada com a notícia. Me sentei na cama com um pouco de dificuldade. Minha cabeça doía muito.
— Ele está bem?
— Parece que já está fora de perigo. Mas quebrou