Auriel
Me olho no espelho do banheiro do hospital, o reflexo pálido devolvendo um olhar cansado, quase irreconhecível, enquanto passo os dedos pelos cabelos opacos, os fios sem vida implorando por uma hidratação que parece um luxo distante. Tento arrumá-los, puxando-os para trás, mas a falta de brilho reflete a exaustão que pesa em meu peito, uma mistura de alívio por estar viva e uma inquietação que não me deixa em paz.
Finalmente recebi alta do hospital. O ferimento em minha perna, agora reduzido a uma cicatriz rosada, é um lembrete do terror que vivi, uma marca que sei que irei carregar para sempre, sem poder esquecer.
Nos últimos dias, forcei minha mente a buscar qualquer fragmento de memória que pudesse ajudar o rei, ou mesmo Thorne, mas cada tentativa é como cavar em areia movediça, e a frustração de não lembrar o que aconteceu entre mim e ele me consome, uma lacuna que parece esconder algo crucial.
Uma batida na porta corta meus pensamentos, e meu coração dá um salto, o susto p