Auriel
Meu corpo inteiro está em chamas, uma dor lancinante que consome cada fibra de mim, como se meu sangue fosse feito de fogo líquido. Minha perna, onde aquela garota me feriu, está paralisada, rígida, um peso morto que não responde aos meus comandos. Cada tentativa de mover um dedo do pé envia uma onda de agonia que faz meu estômago revirar. A dor é alucinante, uma tempestade cruel que faz meu corpo tremer, ensopado de suor, a roupa colando à pele como uma segunda camada de sofrimento.
Minhas costelas, provavelmente quebradas pelos chutes brutais daquela garota infeliz, protestam a cada respiração, uma pontada aguda que me faz cerrar os dentes, enquanto o ar entra e sai em sopros curtos e doloridos.
“Auriel? Está me ouvindo? Auriel, meu bem, está me ouvindo?” Darius me chama, sua voz carregada de nervosismo e desespero, e o som chega aos meus ouvidos abafado, distante, como se atravessasse uma muralha invisível.
Sinto uma pressão em minhas costas, e demoro a perceber que é o calor