Auriel
Olho pela janela do meu quarto a movimentação de vários funcionários ajeitando os últimos retoques do baile que acontecerá em poucas horas. Os jardins lá embaixo fervilham com lanternas mágicas flutuantes e arranjos florais exuberantes, meu estômago já está embrulhado e a ansiedade instalada em meu coração como um tambor de guerra que ecoa incessantemente.
A náusea subindo em ondas que me deixam com a boca seca, a vontade de vomitar vem de quinze em quinze minutos, o pavor do evento me consumindo com uma intensidade que faz minhas mãos suarem frias, o medo de falhar perante todos me paralisando como uma corrente invisível.
Ouço meu celular vibrar em cima da mesa de centro do quarto, o som agudo cortando o ar e isso me retira por um instante do meu nervosismo, o coração pulando com uma esperança súbita, vejo na tela do celular o nome do Thorne e a notificação de mensagem, o nome dele sozinho enviando uma faísca de calor pelo meu peito, a saudade me invadindo com força renovada.