É a segunda vez que estou na frente da casa do Rafael esperando por ele. Me sinto particularmente irritada. Quando penso que Pedro e eu estamos nos entendendo, ele me prova o contrário. Sua pergunta ainda girava em minha cabeça, como um zumbido incômodo e, no fim, ele nem quis saber a resposta…

- “É bem óbvio, na verdade. - disse ele - Vou te poupar de ter que dizer em voz alta.”

Então para que pergunta se não quer saber minha opinião? Mas enfim, de certa forma, ele tem razão. Eu não me sinto como eles, mas isso não signifique que eu não valha nada.

Rafael aparece, mas fecha a porta atrás de si, ficando do lado de fora comigo.

- E se vamos para a sua casa? - me pergunta, olhando para os lados, inquieto.

- Por que?

- Minha mãe está com umas tias minhas… seria desconfortável ficar aí. - responde, passando a mão em seus cabelos.

Certeza que ele só não quer que a mãe dele me veja. Dou de ombros e vamos até a minha casa, em silêncio. Subimos a escada e entramos no meu qua