Cap.98
O quarto estava em silêncio absoluto, exceto pelo som ritmado da respiração dele. Despenteado, vulnerável, inconsciente.
Mas Kaedra caminhou ao redor da cama com passos firmes, o salto elegante ecoando no piso de madeira. Ela o observou por alguns instantes, com os braços cruzados, o rosto imóvel, até que um leve sorriso — frio e contido — surgiu em seus lábios ao analisar o carpete próximo à cama e ver um fio de brilho revelando a agulha que Ângela usou.
— Isso mostra que ela precisou se defender de algo... muito bem — murmurou, com um orgulho sombrio, quase imperceptível. — Com certeza, esse verme tentou alguma coisa contra ela... e aprendeu do jeito mais difícil que não se deve mexer com um Villar.
Ela estalou os dedos sem desviar o olhar. O assistente ao seu lado entendeu o gesto imediatamente e tirou de dentro do casaco uma pequena pasta de couro escuro. Abriu-a diante dela com cuidado.
Ali, alinhadas com precisão cirúrgica, estavam algumas agulhas prateadas de aparência m