Cap.130
Ele tentou falar, mas a garganta falhou. As lágrimas escaparam, molhando o rosto rígido. Apertou os lábios, depois deixou escapar, em tom de confissão desesperada:
— Me perdoa... Eu sinto muito, Ângela.
O olhar dela se arregalou; a fraqueza não a impediu de sentir o impacto daquelas palavras.
— P-por quê...? Como está nosso filho?
Ele se aproximou, tomou a mão dela entre as suas, os dedos tremendo.
— Não é nosso... mas...
— Lúcios... espera... — ela gemeu de dor, sem conseguir se mexer.
— Eu não vou deixar você morrer. Pedi aos médicos para... tirar a criança. Não posso arriscar te perder por causa de algo que não é nosso.
— N-não... — os olhos dela se encheram de lágrimas na mesma hora. O rosto pálido se iluminou de desespero. Balançou a cabeça fraca, a respiração curta. — Não... não faça isso... por favor! Vamos conversar antes, está bem?
Lúcios baixou a cabeça, a voz quebrada, quase implorando para que ela entendesse:
— Eu não posso, Ângela... não posso deixar que isso te m