Ângela Souza
Chegamos à sala e assim que nos acomodamos, a comida começou a ser servida. Meus olhos recaíram sobre as travessas de porcelana que foram colocadas em cima da mesa.
— Sei que está acostumada com pratos mais sofisticados e leves, mas...
— Está tudo perfeito — disse sem dar tempo de ele terminar de falar. — Podemos comer agora, como você mesmo supôs. Eu estou faminta. — disse, colocando três conchas de arroz, depois duas de feijão, dois pedaços de bifes suculentos, salada e bastante batata frita.
Dali em diante a calmaria só fui interrompida pelo som dos talheres, pois em questão de minutos eu devorei aquele prato de pedreiro e acabei repetindo. Quando me dei por satisfeita, ao levantar a cabeça, ele tinha um sorriso cínico no rosto.
— Como alguém tão magra pode comer tanto?
Um pensamento passou de supetão e as palavras mantiveram-se na beirada da minha língua e quando dei por mim, acabaram por escaparem nem me dando tempo de contê-las.
— Da mesma forma que uma anaconda g