52. O COTIDIANO DE ISABELA
O quarto do hospital estava silencioso, iluminado apenas pela luz suave vinda do corredor. Isabela repousava na cama, exausta, o corpo ainda dolorido do parto, mas o olhar não se desprendia das quatro incubadoras ao lado. Cada uma guardava um pedacinho dela, respirando, sonhando, vivendo.
Seu peito subia e descia rapidamente, não apenas pelo esforço do parto, mas pela avalanche de emoções que a dominava. O cansaço pesava, mas o medo não permitia que ela se entregasse ao sono.
A enfermeira entrou discretamente, conferiu os bebês e sorriu ao notar que todos estavam tranquilos.
— Eles estão bem, dormindo como anjinhos — disse em voz baixa, aproximando-se da cama de Isabela. — Você também precisa descansar, mamãe.
Isabela tentou sorrir, mas os lábios tremeram.
— Eu... eu não consigo dormir. Tenho medo de fechar os olhos... e... quando abrir, eles não estarem mais aqui.
A enfermeira segurou sua mão com delicadeza.
— Eu entendo, querida. Mas você está em um hospital seguro. Ninguém vai tira