Matilde tapou a boca com a mão, o choque percorreu seu corpo como um raio.

— Shhh! Fale baixo! — implorou Cristina. — Você quer que alguém escute? Que ela escute? Pense bem, Mauro. Se você disser qualquer coisa, colocará a vida da Larissa em perigo. E a nossa também. É melhor deixar tudo como está.

— Eu não sei se consigo, Cristina. Eu olho nos olhos dela e... e vejo o sofrimento, vejo o quanto ela quer entender o que está acontecendo com sua vida. E nós aqui, escondendo um assassinato!

— É por amor que estamos calados, Mauro. Amor e medo. Agora, por favor, venha. Vamos dormir antes que alguém nos veja.

Matilde se afastou em silêncio, com passos leves, o corpo tremendo. Seus pensamentos giravam em um turbilhão. "Assassinos? Os Lauder? Mataram o pai da Larissa?"

Tentava racionalizar, mas nada fazia sentido. "Jacob... não. Ele não. Ele nem conheceu o pai dela. Deve ter sido Willian."

De volta ao quarto, Matilde deitou-se e puxou o cobertor até o queixo, o olhar perdido no teto escuro. O