Bridget não sabia ao certo em que momento as peças começaram a se encaixar. Talvez tenha sido no olhar invasivo de Gustavo, na forma como ele sempre surgia nos lugares onde ela estava, mesmo sem convite. Ou na forma como ele falava de memórias e manipulação, como se fosse dono de segredos que só ele compreendia. A confirmação, no entanto, veio como um golpe gelado.
Ela encontrou, entre as coisas de Laura, uma receita médica com assinatura de Gustavo. Era ele quem prescrevia os medicamentos. Eram dele as instruções para manipular a mente de Andrew. E mais — ela encontrou registros de ligações, mensagens trocadas com Jonathan, documentos arquivados em um pen drive escondido no quarto de hóspedes da clínica onde Andrew esteve internado, no quarto onde ele dividia com Laura durante a internação.
A verdade ardeu. Gustavo não era apenas cúmplice — ele era o cérebro por trás da ilusão.
No fim da tarde, no jardim da livraria, Bridget o confrontou.
— Então era você… — ela disse, com a voz trêm