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ENTRE VESTÍGIOS E ESPERANÇA

Alexandro.

Julian dorme em meu colo, os cílios longos encostando a bochecha rosada. Ele tem o mesmo nariz de Aria, a mesma curva nos lábios quando sorri dormindo.

Estou sentado na poltrona de leitura do chalé, com a luz baixa para não acordá-lo.

Não me movo, não respiro fundo demais, como se esse momento fosse feito de vidro e qualquer gesto em falso pudesse espatifá-lo.

Ouvi-lo chamar "papai" mais cedo foi como ser perdoado por um crime que nem ele sabia que eu cometi.

Como se, no seu coração puro de criança, ainda existisse espaço para mim, apesar da minha ausência, da minha falha, da dor que causei a ele e à mãe dele.

Aria passou a tarde organizando papéis e mantendo a distância habitual, mas o clima entre nós mudou.

Depois da roda de escuta, ela parecia mais leve, embora continue firme em sua decisão.

Ela quer espaço. Não quer voltar. Não ainda!

Mas eu não sei viver sabendo que ela está aqui e não a ter por inteiro.

Levanto-me com cuidado, coloco
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