O Preço da Vulnerabilidade
Alexandro
Acordo assustado, o relógio marcando 5h30. O coração ainda retumba com o eco do último confronto: a força de Aria, seu desabafo memorável, a dignidade feroz com que ela me deixou ver seu mundo interno. Levanto-me, calço sapatos, e caminho até o jardim de ervas, onde o orvalho cobre as folhas como um véu de lágrimas invisíveis.
A rotina corporativa retoma seu pulso frenético mal despejo as últimas gotas de café na minha caneca. Hoje a equipe de engenharia chega cedo para alinhar a fundação do spa, o cronograma apertado não perdoa atrasos.
Mas meu olhar já atravessou o vale: não vejo máquinas, tratores nem planilhas, vejo apenas Aria, seu semblante ainda marcado pela tensão de ontem, e o peso do silêncio que insiste em reinar entre nós.
O vento gelado no rosto tenta me acordar de vez. Hoje é dia de resolver pendências, mas tudo que quero é mais uma conversa particular com ela, sem pressa, sem papéis, sem testemunhas.
Acompanhado por Sebastião, revi