— Então eu acho melhor você falar e ir embora, não vou ser gentil e dizer que é bem vinda na minha casa porque você não é.
— Nossa, quanta agressividade!
Rosa se move em direção ao sofá e senta, como se fosse alguém da família, totalmente a vontade.
— Olá, dona Nádia, achei que já teria voltado pra sua cidadezinha no interior a uma hora dessa.
— E eu achei que estivesse internada a uma hora dessa. — Minha mãe rebate e eu seguro o riso.
— Ah, não precisa se preocupar, eu estou bem. — Tenho que admitir que atua muito bem, a capacidade dela fingir que minha mãe estava preocupada com ela foi fenomenal.
— Você já entrou, já sentou, agora pode falar o que veio fazer aqui? — Pressiono.
— Ah, claro. Mas primeiro, dona Nádia, a senhora poderia arrumar um chazinho bem quentinho pra mim, por favor? Lá fora tá frio, hoje.
Minha mãe me encara em uma pergunta silenciosa e eu aceno liberando-a para ir à cozinha fazer um chá para a lambisgoia.
— Agora fala de uma vez. — Eu sei que ela só queria ficar