Rosa
— Ah, Rosa, não acredito que vai receber uma amiga deste jeito — fala a mulher exuberante entrando e fechando a porta do quarto em seguida.
— Eu não tenho amigas, você não é minha amiga.
— Não devia falar deste jeito, fofa.
Me irrito com seu modo de falar.
— Fofa é o seu...
— Olha como trata as visitas! — Estende um dedo cheio de anéis como repreensão. — Não vai me perguntar por que vim aqui?
— Já perguntei.
— Não — fala e se aproxima mais, a mulher parece uma cobra se rastejando e esperando a hora certa de dar o bote — Você me perguntou “o que eu faço aqui?”, é diferente. Eu faço uma visita, simples assim. — Deu de ombros. — Mas por que eu vim aqui você não perguntou.
Suspiro fundo, me rendendo ao seu jeito estranho.
— Tudo bem, por que veio aqui, Amanda? — pergunto jocoso, e ela sorri com seu sorriso de cobra, só falta a língua bifurcada.
— Vim por vários motivos, um deles é mostrar como você é uma incompetente.
— Veio me visitar ou me insultar?
— Vim dizer a verdade. Tem algum