O rosto dele se contraiu, mas ele não respondeu de imediato.

— Anda, Marcos! Responde. — eu quase grito, esquecendo que estávamos no meio do corredor da casa dos meus pais. — Que merda você está arrumando?

Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, ouvi passos subindo as escadas. Rayane apareceu, o rosto iluminado por um sorriso. Ela passou os braços em volta de Marcos, abraçando-o de lado.

— Tudo bem por aqui?

Eu mantive os olhos fixos em Marcos, o peito apertado.

— Diz a ela se está tudo bem. — Minha voz saiu fria, desafiadora.

Ele hesitou por um instante, mas então forçou um sorriso, virando-se para Rayane.

— Sim, tudo ótimo.

Eles se encararam por alguns segundos, como se conversassem pelo olhar. Então Rayane se inclinou para dar um beijo rápido nos lábios dele, um gesto que me fez sentir como se o chão tivesse sumido sob meus pés. Sem dizer mais nada, dei meia-volta, o coração em pedaços, e desci as escadas, tentando ignorar a dor que queimava no peito.

— Onde está meu