O mundo de David era uma tapeçaria complexa de encontros discretos, telefonemas codificados e a constante sensação de caminhar na corda bamba. Para Sara, ele era um marido distante, absorto em "reuniões de trabalho" que o mantinham longe de casa por longas horas. Para seus associados, era um elo fundamental em uma rede intrincada, movendo-se nas sombras com astúcia e discrição. A verdade, porém, era um emaranhado de negócios ilícitos e segredos cuidadosamente guardados, onde a linha entre o legal e o ilegal se tornava cada vez mais tênue.
Na mente de David, a distância crescente de Sara era uma nota dissonante em sua rotina cuidadosamente orquestrada. Ele percebia seus olhares frios, suas perguntas incisivas, a ausência de toque e de intimidade que antes permeava a relação. Atribuía essa frieza ao estresse, à insegurança feminina, talvez até a um ciúme infundado de sua dedicação ao trabalho. A ideia de que Sara pudesse suspeitar da verdadeira natureza de seus negócios mal cruzava sua