O silêncio que se seguiu ao beijo na penumbra da sala de estar de Hayley era mais ensurdecedor do que o rugido da tempestade que ainda castigava lá fora. A eletricidade não havia retornado, e a luz vacilante das velas dançava sobre seus rostos tensos, iluminando a confusão e o turbilhão de emoções que agitavam ambos.
Hayley mantinha uma distância segura entre eles, seus braços cruzados sobre o peito como uma barreira física para seus próprios desejos conflitantes. Seu coração ainda batia descompassado, ecoando a intensidade do beijo proibido. Aquele contato, mais profundo e apaixonado do que o breve "meio beijo" anterior, havia rompido as últimas defesas, expondo a verdade inegável da atração que os unia.
— Não foi só a tempestade, Hayley — disse David, sua voz rouca e carregada de uma intensidade que a fazia estremecer por dentro. Ele deu um passo hesitante em sua direção, mas parou ao notar a rigidez na postura dela. — O que sentimos… é real desde o início.
Hayley desviou o olhar, i