O sol da manhã entrava pela janela da sala, banhando a cozinha onde Hayley preparava o café com movimentos automáticos. A rotina, antes um conforto, agora parecia um ciclo repetitivo que apenas acentuava o vazio em seu peito. Enquanto arrumava a mesa, seus pensamentos giravam em torno de um nó crescente de insatisfação, uma sensação de incompletude que a assombrava e que ela sabia que não poderia ignorar por muito mais tempo.
O toque do celular interrompeu seu devaneio matinal. Era Sara.
— Oi, amiga! Que tal um dia de compras? Preciso desesperadamente de uma pausa, e sinto sua falta.
Hayley forçou um sorriso para a própria imagem refletida na janela. A ideia de uma distração com Sara parecia um alívio momentâneo, uma tentativa de silenciar a voz persistente de seus próprios anseios.
— Claro! Vai ser ótimo, Sara. Precisamos mesmo disso.
Ao chegar à casa de Sara, Hayley sentiu uma leve hesitação antes de tocar a campainha. A amizade delas, outrora um refúgio inabalável, agora carregava