Quando tiraram a sedação, Rayra sentiu a confusão tomar conta de sua mente. A visão turva e as vozes abafadas eram as únicas coisas que preenchiam o seu mundo. Sua garganta estava arranhada, os lábios secos. Ela queria entender o que estava acontecendo, mas não conseguia. A voz de Victor, suave e cheia de alívio, a fez querer se levantar.
— Ray, você consegue me ouvir?
Ela tentou falar, mas a garganta não respondeu. A dor em seu corpo e cabeça a fez se ge mer, e ele rapidamente a segurou.
— Calma, você está no hospital. Eu estou aqui.
Ela tentou sussurrar:
— O que...
Ele adivinhou sua pergunta.
— Você caiu da escada. Está no hospital há duas semanas, mas está tudo bem, os médicos disseram que você vai se recuperar.
— Foi um susto imenso.
A mão dele segurou a dela com carinho, sentiu uma pontada de culpa, pena. Ela o olhou nos olhos, procurando por algo que a fizesse entender o que tinha acontecido.
— Foi um acidente, Ray. Não se preocupe. — ele disse, com a voz embargada.
— Eu fiquei