A manhã chegou sem pedir licença. Não foi o sol que acordou os dois, nem um despertador insistente. Foi uma batida firme na porta do quarto, seguida de uma voz feminina, conhecida, mas naquele momento assustadora.
— Lysandro? — a voz de Aleana soou clara, curiosa e levemente desconfiada.
— Filho, você está acordado?
Lia congelou, o corpo ficou rígido na mesma hora, o coração disparou, os olhos arregalaram. Ela olhou para Lysandro como quem pede socorro sem emitir um som. O peito dela subia e descia com respirações rápidas demais.
Ele também se assustou, mas sua reação foi muito mais controlada. Levantou o tronco de repente, sentou-se na cama e sussurrou, baixo e firme:
— Fica quieta. Não faz barulho nenhum.
Outra batida veio, insistente.
— Lysandro? Esta acordado?
Ele passou a mão no rosto, respirou fundo e tentou parecer o mais casual possível.
— Já vou, mãe! — respondeu alto, mudando a voz para o tom frio e habitual.
— Dá um minuto.
Aleana não saiu. Continuou parada, exatamente a