Peterson observou a forma como Miranda se sentou, a postura rígida, a ausência de um olhar direto. A linguagem corporal dela falava mais alto que o lacônico "Oi". Ele a percorreu dos pés à cabeça, notando os saltos, o cabelo molhado e o decote atrativo.
— Olá, boa noite, Mimosa. — respondeu Peterson, com a voz calma e controlada, sem trair qualquer emoção. — Quer sair para jantar comigo? — Ele fez uma breve pausa, com o olhar fixo nela. — Gosta de frutos do mar?
Miranda sentiu um pálido reflexo da confusão que Peterson despertava nela. A formalidade de seu convite para jantar contrastava duramente com a forma como ele a havia tratado na noite anterior e em todos os dias que se seguiram. Seu rosto, antes marcado por uma leve esperança, endureceu novamente.
— Uhum. Pode ser, tanto faz. — respondeu ela, a voz monótona e indiferente, combinando o tom dele. Ela não perdeu tempo com rodeios. — Vai me pagar quanto?
Peterson não demonstrou surpresa com a pergunta direta. Seus olhos encontrara