Diante da resposta cortante de Rayra, Victor fez o inesperado. Em vez de ficar magoado ou emotivo, ele começou a rir. Era um riso nervoso, misturado com uma resignação forçada.
— Certo, certo. — ele disse, levantando-se do sofá.
— Entendi o recado. Mas isso não significa que a gente pode não ser, um dia.
— Vou fazer alguma coisa, pra comer.
Ele se dirigiu à cozinha.
— Comida de conforto. Você precisa.
Victor mexeu nos armários em silêncio por alguns minutos, transformando o estresse em calorias. Ele preparou rapidamente um brigadeiro de colher duro, pegou dois sacos de salgadinhos e suco de laranja. Arrumou tudo cuidadosamente em uma bandeja e a levou para a sala.
— Pronto. Um banquete de madrugada. — ele anunciou, colocando a bandeja entre eles.
Os dois começaram a comer. O silêncio agora era menos tenso e mais ocupado pelos sons crocantes dos salgadinhos e o movimento das colheres no brigadeiro. Eles assistiram a dois filmes completos, a exaustão da noite anterior sendo temporariam