capítulo 7

— O SIM QUE DOEU (Narrado por Bianca)

Dois anos depois do acidente.

Dois anos depois da última vez que ouvi a voz dele. Dois anos de silêncio, de ausência, de tentativa de seguir.

Hoje eu disse sim.

Mas não foi por amor. Foi por necessidade.

Eu não disse sim com o coração. Disse com o cansaço. Disse com os olhos queimando de tanto chorar, com o peito furado de ausência, com o colo vazio de marido — e cheio de um filho que precisava sorrir.

Enzo precisava de chão. E Caio... sempre foi chão.

Mas naquela manhã, antes de sair pro cartório, eu entrei no antigo closet.

As roupas de Gustavo ainda estavam lá.

Não todas. Só algumas. As que doíam mais.

Passei os dedos pela camisa azul que ele usava no dia em que me pediu em casamento. Ainda cheirava a ele. Ainda guardava o calor do nosso último abraço antes do voo.

Puxei a camisa pra perto. Enterrei o rosto no tecido e chorei. Chorei em silêncio, como quem pede desculpas a um fantasma.

— "Me perdoa..." — sussurrei, com os olhos fechados. — "Eu
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