Alexandre em casa
Dante Moratti
A volta para casa, na tarde do dia 26 de dezembro, não foi menos estratégica do que a operação de parto. André orquestrou a saída da clínica com a precisão de um desembarque presidencial. Nossa rota foi blindada, os carros discretos, e a velocidade, máxima. Eu não queria que Alexandre Moretti passasse um minuto a mais do que o necessário em um ambiente que não fosse a fortaleza que eu havia preparado.
Stella estava exausta, mas radiante. Eu a mantive envolta em um casaco de cashmere e a observei a viagem inteira, garantindo que a respiração dela e a de nosso filho permanecessem suaves. Alexandre dormia profundamente, um pequeno e vulnerável pacote em meus braços. Carregá-lo no carro, sentir o cheiro de hospital e o cheiro doce de bebê em minha camisa, era a sensação mais paradoxal da minha vida: eu estava aterrorizado por sua fragilidade, mas invencível por sua existência.
Quando chegamos ao penthouse, o saguão e o elevador privativo estavam em si