90. A fúria da serpente e a tempestade midiática
O eco da porta do escritório se fechando atrás de Jessica ressoou na alma de Luigi Calegari como uma sentença. Sozinho, na vastidão silenciosa de seu santuário profanado, ele se sentiu despojado de tudo, exceto de duas ordens claras, o ultimato de sua esposa: demitir Diana Monteiro e procurar ajuda. Era um caminho íngreme, solitário e assustador, mas era o único caminho que lhe restava se quisesse, um dia, sonhar em reconquistar o respeito de seus filhos e, talvez, um fragmento da mulher que amava.
Pela primeira vez em semanas, uma fagulha de propósito se acendeu em meio às cinzas de sua autopiedade. A força de Jessica, sua fúria justa, paradoxalmente, o havia chacoalhado, o tirado do torpor de sua culpa. Com as mãos trêmulas, mas com uma nova determinação nos olhos, ele pegou o telefone. A primeira ligação foi para o Dr. Arruda.
"Arruda", ele disse, a voz rouca, mas firme. "Quero que você execute a rescisão imediata de qualquer e todo contrato de consultoria com Diana Monteiro, seja c