71. O perfume da tentação e o labirinto da culpa
Os dias que se seguiram à breve viagem à região serrana trouxeram para Luigi Calegari uma perturbação interna que ele lutava em vão para dissipar. A imagem de Diana Monteiro – sua inteligência faiscante, a vulnerabilidade sutil que ela deixara transparecer, a forma como seus olhos cor de mel pareciam perscrutar sua alma – teimava em assaltar seus pensamentos nos momentos mais inesperados. Ele se repreendia por essa insistência, por essa curiosidade que beirava o perigoso. Amava Jessica com todas as forças de seu ser; ela era seu porto seguro, a mãe de seus filhos, a mulher que transformara sua vida. Então, por que a lembrança de outra mulher conseguia perturbá-lo tanto?
Tentava atribuir essa inquietação ao estresse acumulado, à constante pressão dos negócios e aos resquícios da batalha contra os Moretti, que, embora legalmente encerrada, deixara cicatrizes e uma vigilância constante. Mergulhava no trabalho com afinco renovado, passava mais tempo com os filhos, cobria Jessica de uma at