35. O martelo da justiça e o sabor da liberdade
Os dias finais do julgamento de Giovanni e Isabella Moretti se arrastaram com a lentidão de uma tortura para Luigi e Jessica. Cada palavra dita no tribunal, cada olhar trocado, cada manchete nos jornais, era um lembrete da batalha árdua que haviam travado. A defesa dos Moretti, desesperada, recorria a táticas cada vez mais baixas, tentando pintar Luigi como um manipulador vingativo e Jessica como uma arrivista interesseira, cujas "fantasias" haviam levado à ruína de uma "família respeitável". Mas as provas eram esmagadoras, os testemunhos de Siqueira e do mecânico, somados às evidências financeiras e ao depoimento corajoso de Jessica, formavam uma muralha de fatos que nenhuma calúnia conseguia derrubar.
As alegações finais foram um espetáculo à parte. O promotor, com uma eloquência fria e precisa, dissecou cada crime dos Moretti, desde a fraude meticulosamente planejada contra a Calegari Indústrias até a tentativa covarde de assassinato contra Dona Lúcia. Pintou um quadro de ganância