A promessa de Luigi – "Quando tudo isso acabar... a primeira coisa que farei será levá-la para conhecer a Toscana" – tornou-se um farol para Jessica Souza, uma melodia secreta que embalava seus dias e aquecia suas noites. Não era apenas a perspectiva de uma viagem a um lugar dos sonhos, mas o significado implícito: a promessa de um "depois", de um futuro compartilhado, de um "nós" que se sobreporia à guerra contra os Moretti.

Nos dias que se seguiram, essa promessa teceu um novo fio na tapeçaria de sua convivência. Jessica se pegava pesquisando discretamente imagens dos campos de girassóis da Toscana em seu tablet, o coração aquecido por uma antecipação quase infantil. Luigi, por sua vez, às vezes deixava sobre a mesa de centro da biblioteca um livro de arte italiana aberto em uma paisagem da região, ou comentava, com um brilho nos olhos, sobre um vinho toscano que gostaria que ela provasse. Eram pequenos gestos, códigos secretos de um futuro que ambos ansiavam.

A vida na mansão Caleg