Alade*
Aaron era a personificação da confusão.
Seus olhos selvagens percorriam tudo com uma ferocidade crua, como se estivesse nascendo de novo num mundo que não compreendia. Cada respiração era um rugido contido. O peito inflava, como se carregasse uma fera em ebulição dentro de si.
Miradiel ainda a segurava. Os braços firmes em volta do corpo dela, mas a tensão... ela vibrava entre os dois.
Lentamente, ele a soltou. Deu um passo à frente, observando Aaron como quem encara um espírito.
— Ele não está consciente. — disse, a voz baixa como um trovão à distância.
— Como assim? — Alade sussurrou, os olhos arregalados.
— O ritual que fizemos é quase como limpar a alma, o corpo... e a mente. — Miradiel não desviou o olhar. — Ele não está entendendo metade do que está acontecendo agora.
Aaron virou a cabeça, os olhos flamejantes encontraram os dela.
E foi como encarar um abismo.
Um rosnado brotou de sua garganta, ameaçador. Miradiel ergueu um braço.
— Não se mova, Alade.
O coração dela disp